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De gravata borboleta, viveu a vida com olhar no próximo

Difícil esquecer do senhor de cabeleira branca, olhar simpático e que incluía em seu traje diário uma gravata-borboleta.

O acessório era uma das marcas do holandês Jan Wiegerinck, empresário que gerou mais de 1 milhão de empregos formais e informais no Brasil.

Formado em direito, chegou ao Brasil em 1955, aos 28 anos, para trabalhar no Banco Holandês Unido. Cursou pós-graduação em administração na Fundação Getúlio Vargas, onde formou-se em 1972, ano em que se naturalizou brasileiro.

Amigo há 37 anos, o jornalista Mario Ernesto Humberg, 81, destaca o bom humor e o olhar social forte.

"Ele era brincalhão, de bem com a vida e estava sempre atento a todos. Católico, ia à missa regularmente. Muitas das nossas conversas eram sobre religião e sobre as discussões da Igreja Católica", conta.

Inteligente e ativo, Jan tinha livros e artigos publicados sobre questões trabalhistas e não dispensava uma boa leitura. À frente da Organização Gelre, fundada em 1963, foi pioneiro do trabalho temporário no Brasil. Presidiu entidades e sindicatos patronais e passou pela vida preocupado em conseguir boas colocações profissionais para as pessoas.

"A convivência com ele me mostrou que é preciso acreditar no que se faz, seguir até o fim e nunca desistir", afirma o amigo.

Um dia antes de sua morte, o empresário que demorou a se render à tecnologia, segundo Mario, usou o email para lhe desejar prosperidade no ano que iniciou. "Planejava visitá-lo, mas não houve tempo", afirma.

Viúvo, Jan Wiegerinck morreu no dia 8 de janeiro, uma semana antes de completar 93 anos, após sofrer um mal súbito. Deixa cinco filhos e netos.

Jan Wiegerinck (1927-2020) - Alex Almeida - 18.dez.2007/Folhapress

Texto de Patrícia Pasquini, postado originalmente na Folha de São Paulo. Leia aqui.

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